Existe uma discussão grande sobre qual a correta grafia do termo, sendo a mais aceita hoje em dia pseudartrose, concordando com a tradução da palavra “pseudarthrose” de originária da literatura alemã
Cerca de 5% das fraturas de ossos longos irão evoluir para falha da consolidação óssea (cicatrização óssea).
Rev Bras Ortop _ Vol. 40, Nº 3 – Março, 2005
O que é?
Situação na qual não observamos progressão da consolidação de uma fratura ao realizarmos radiografias seriadas.
As pseudartroses podem ser divididas em vários tipos, para melhor entendimento vamos definir elas da seguinte forma:
Atrófica
Ocorre a absorção dos bordos da fratura. Relacionada a falta de circulação óssea local ou infecção.
Normotrófica
Não ocorre absorção óssea, entretanto não apresenta formação de calo ósseo exuberante.
Hipertrófica
Existe a formação de calo ósseo exuberante, contudo ainda observamos um traço de fratura não consolidado (boa circulação óssea).
Causas
Mais Comuns
- Instabilidade:
Mobilidade no foco de fratura causada por soltura de implantes e etc.- Falta de vascularização adequada:
Trauma de alta energia levando a um danos ósseos e de partes moles comprometendo a vascularização local.Outras
- Alcoolismo;
- Tabagismo;
- Anti-inflamatórios;
- Anticoagulantes;
- Infecção;
- Falta de cooperação do paciente;
- Neuropatias;
- Desnutrição.
Sintomas
Dor e mobilidade no foco da fratura.
Alteração da marcha devido à instabilidade local.
Diagnóstico
Realizado através da coleta da história do paciente, exame físico e exames de imagem (Raio x, tomografia computadorizada, Ressonância Nuclear Magnética e etc.).
Devemos tomar cuidado para não diagnosticar erroneamente um retardo de consolidação como sendo uma pseudartrose.
Retardo da consolidação é quando a fratura está evoluindo de maneira mais lenta do que o habitual, entretanto ainda possui potencial de cicatrização completo. No retardo de consolidação percebemos evolução do calo ósseo nas radiografias de acompanhamento, que geralmente são realizadas 1 vez ao mês. O que diferencia essas duas condições é que na pseudartrose essa evolução não é observada e necessita muitas vezes de intervenção cirúrgica. Devemos tomar cuidado, pois em alguns casos uma fratura pode iniciar com um quadro de retardo de consolidação e evoluir para uma pseudartrose.
Conhecer as bases biológicas desse tipo de patologia.
Importante:
O impacto na qualidade de vida do paciente que apresenta pseudartrose é maior do que a de um paciente em diálise renal ou doença cardíaca isquêmica. Por isso é importante que seu médico valorize suas queixas e angustias em relação ao seu problema e tratamento.
Rev Bras Ortop _ Vol. 40, Nº 3 – Março, 2005
Tratamento
Para atingir o sucesso do tratamento com um mínimo de procedimentos realizados é de suma importância que o profissional da saúde entenda o funcionamento da biologia local dos diferentes tipos dessa patologia.
Existem diversas técnicas de tratamento sendo a escolha delas feita de acordo com o tipo de pseudartrose. Quando mais de uma técnica oferece o mesmo resultado a decisão de qual será utilizada é feita pelo paciente juntamente com o médico após uma explicação detalhada de vantagens e desvantagens de cada uma delas.
Opções de Tratamento
- Transporte ósseo ou alongamento ósseo;
- Substituição de implante interno;
- Corticotomia + perfurações;
- Uso de enxerto ósseo;
- Fíbula vascularizada.